Mário de Sá-Carneiro
Mário de Sá-Carneiro (19 de Maio de 1890 - 26 Abril 1916) nasceu em Lisboa, filho de família abastada. Perdeu a mãe aos 2 anos e a avó aos 9 anos ficando ao cuidado de uma ama. O seu pai ausentava-se frequentemente da vida do filho, viajando pelo mundo.
Na sua adolescência, um dos seus amigos cometeu suicidio em frente aos colegas de turma e ao professor. Profundamente afectado pela morte deste amigo, Mario de Sá Carneiro louvou a resolução deste companheiro enquanto se lamentava pela pela sua falta de coragem para por termo à sua própria vida.
Em 1912 seguiu para a capital francesa e inscreveu-se no curso de Direito da Sorbone, cujas aulas abandonou nesse mesmo ano, passando a viver a boêmia artística parisiense com outros intelectuais interessados na arte de vanguarda, deambulando pelos cafés e salas de espectáculo, chegando a passar fome.
Manteve intensa correspondência com Fernando Pessoa. Estava em Portugal quando foi lançada a revista Orpheu, da qual foi diretor, colaborador e o principal financiador. Em agosto de 1915 retornou a Paris, de onde comunicou a Fernando pessoa que não custearia o terceiro número de Orpheu porque o pai lhe reduzira a mesada.
Começaram então as crises psíquicas e financeiras que precederam sua morte (talvez agravadas pelo abuso de ópio e alcóol).
O seu fim foi trágico, cometeu suicidio tomando 5 garrafas de estricninina com a idade de 25 anos em Paris.
Extravagante tanto na morte como em vida (de que o poema Fim é um dos mais belos exemplos), convidou para presenciar a sua agonia o seu amigo José de Araújo. No segundo número da revista Athena, Pessoa dedicou-lhe um belo texto, apelidando-o de «génio não só da arte como da inovação dela», e dizendo dele, retomando um aforismo das Báquides (IV, 7, 18), de Plauto, que «Morre jovem o que os Deuses amam» . O último bilhete para Pessoa diz: "Um grande, grande adeus do seu pobre Mário de Sá-Carneiro"
O trabalho de Sá-Carneiro relaciona-se fortemente a aspectos como a obcessão, insanidade e solidão. Apesar da sua curta vida é geralmente considerado um dos mais importantes e influentes poetas da lingua Portuguesa do século XX.
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